Connexion :

Catarina Eufémia ou Le Fascisme ne passera pas - Politique & Droits des homosexuels

Sujet de discussion : Catarina Eufémia ou Le Fascisme ne passera pas
  • sergeclimax69007 Membre suprême
    sergeclimax69007
    • 19 décembre 2013 à 16:09
    POUR UNE FEMME COURAGEUSE.


    Une page de l'histoire du Portugal.


    Catarina Eufémia a été tuée par un tir de mitraillettes, deux coups de pistolets et encore un pour l'achever, au Portugal, sous le régime fasciste, chrétien et corporatiste de Antônio Oliveira de Salazar.


    Le 19 Mai 1954.


    Les femmes et les hommes qui faisaient la récolte du blé, pauvres manouvriers, gagnaient à peine une vingtaine d'escudos par jour, autrement dit une misère.


    Quand, à Baleizão, dans la région agricole des grandes propriétés terriennes (latifuпdiums) de l'Alentejo, latifuпdiums qui auront été les grands exploiteurs des travailleurs, exploiteurs appuyés par les tueurs de la police et de la PIDE (la police politique), les sans-terre se révoltèrent, et demandèrent 24 escudos par jour, la réponse aura été, sur un groupe de huit personnes, les tirs de mitrailleuses, et pour ceux qui auront survécu, la prison, et la torture par la PIDE.


    Pourquoi rappeler cela, si ce n'est pour exprimer que la lutte des classes existe, qu'elle peut être sanglante, que l'armée et la police ne sont pas les amies des travailleurs, et que le capital foncier (comme aujourd'hui le capital financier) a recours au fascisme comme dernier rempart contre la volonté de changement social des travailleurs.


    Le grand José Afonso, dit "Zeca", aura adapté une chanson en hommage à Catarina Eufémia, militante communiste, assassinée par les sbires du régime fasciste, la voici. C'est la chanson "Cantar Alentejano" qu'il interpréta, la dictature fasciste étant encore en état, pour son disque paru en 1971 (diffusé clandestinement).


    Bon, malgré le respect simplissime des règles du postage, je n'obtiens qu'un écran noir.


    Je me vois donc obligé de vous donner, telle quelle, l'adresse internet de la chanson "Cantar Alentejano" de José Afonso, dit Zeca.


    http://www.youtube.com/watch?v=QiHf-4fodos


    En voici le texte, que je vous traduis en vers non assonancés de sept syllabes et, à la fin, par deux octosyllabes :


    CANTAR ALENTEJANO/Chant de l'Alentejo
    par Vicente Campinas



    Chamava-se Catarina/elle s'appelait Catherine
    O Alentejo a viu nascer/L'Alentejo l'a vu naître
    Serranas viram-na em vida/ Et en vie les montagnardes,
    Baleizão a viu morrer/Baleizão l'a vu mourir.


    Ceifeiras na manhã fria/Moissonneuses au matin froid
    Flores na campa lhe vão pôr/Des fleurs déposent à sa tombe,
    Ficou vermelha a campina/Sa tombe est demeurée rouge
    Do sangue que então brotou/Du sang qui alors jaillit.


    Acalma o fuгоr campina/Tombe, apaise ta furie
    Que o teu pranto não findou/Toi dont le chagrin ne cesse ;
    Quem viu morrer Catarina/Qui vit mourir Catherine
    Não perdoa a quem matou/Ne pardonne à l'assassin.


    Aquela pomba tão branca/Cette colombe si blanche
    Todos a querem p’ra si/Chacun la veut avec lui
    Ó Alentejo queimado/Ô, Alentejo brûlé
    Ninguém se lembra de ti/Personne ne pense à toi.


    Aquela andorinha negra/Cette alouette-là, sombre,
    Bate as asas p’ra voar/Bat des ailes pour voler
    Ó Alentejo esquecido/Ô Alentejo oublié
    Inda um dia hás-de cantar/Un jour, il te faudra chanter !!!




    Une page internet, avec des poèmes et des entretiens, dédiée à la mémoire de cette femme courageuse, Catarina Eufémia, qui, comme l'a écrit Sophia de Mello Breyner Andresen "Alors que tu portais un enfant dans ton ventre, tu n'as pas reculé, tu n'as pas cuisiné le bavardage et la calomnie, comme ont coutume les femmes de notre pays, tu ne t'es pas limitée à pleurer..."



    http://www.pcp.pt/actpol/temas/pcp/catarina/index.htm



    En ce temps-là, les travailleurs, comme les actuels chômeurs et retraités du Portugal, ou les simples gens, sоumіs à un programme "d'assistance" qui détruit tout le tissu industriel (l'exemple le plus tragique étant les chantiers navals de Viana que l’État va concéder à une entreprise privée, dans un pays maritime !), les services publics (les hôpitaux, les télécommunications et les postes, les tribunaux, ...) , les conditions minimales de la survie (la troïka Fonds Monétaire International-Banque Centrale Européenne-Commission de l'Union Européenne exigeant que le pauvre salaire minimal portugais soit encore baissé !!!), souffraient chaque jour de la faim, et terriblement, et des persécutions politiques, au point que les Portugais nés après la Révolution du 25 Avril 1974 ont de la difficulté à se représenter ce que c'était, cette souffrance.



    -------------------------------------------------------------------------------------------


    L'article en langue portugaise qui raconte cela.


    Il s'agit du témoignage de la plus jeune travailleuse du groupe de manouvriers visés par les tirs des mitrailleuses de la police, témoignage recueilli en l'année 2000.


    Catarina Eufémia, chaque année le 19 Mai, est dans le souvenir des paysans et des villageois de Baleizão (Alentejo) : il se réalise à chaque anniversaire de son assassinat une grande assemblée et une manifestation publique en hommage à sa mémoire.




    «QUEREMOS PÃO E TRABALHO PARA OS NOSSOS FILHOS»
    ENTREVISTA A ANTÓNIA DA GRAÇA LEANDRO por Miguel Patrício *


    Antónia da Graça Leandro, de 64 anos, era a mais jovem companheira do rancho de Catarina Eufémia, no dia em que esta foi baleada, a 19 de Maio de 1954.


    Encontrámo-la, por mero acaso, numa das ruas de Baleizão, momentos antes do início do desfile de grupos corais e do comício de homenagem a Catarina. Indiferente ao forte aguaceiro que caía sobre a aldeia, a velha camponesa não hesitou em falar com o repórter, debaixo de um frágil chapéu-de-chuva, manifestamente insuficiente para a resguardar. Durante o diálogo, o «aborrecimento da chuva» foi vagamente referido, mas minimizado pela nossa interlocutora. Não são três pingos de chuva que fazem desistir uma velha mas rija e determinada camponesa alentejana de relatar o que se раssou «naquele dia» — como ela lhe chamou -, que ficou gravado na memória colectiva de um povo. Afinal, todas as oportunidades são poucas para continuar a denunciar o fascismo.


    Ontem indiferente às balas da GNR e, posteriormente, já na prisão, às ameaças e torturas da PIDE; hoje indiferente à chuva, Antónia Leandro disse-nos de sua justiça:


    « - A gente, naquela época, ganhávamos 20 escudos por dia, na «aceifa». Depois, começaram a aparecer uns papelinhos, do Partido Comunista, a dizer para a gente fazermos greve, para pedirmos mais salários, porque ganhávamos muito poucochinho. E assim fizemos e fomos pedir ao agrário 24 escudos por dia. Fizemos greve e ficámos em casa. Entretanto, uma senhora, casada com um homem que tinha uma «courelinha» (pequena propriedade), tinha o marido no hospital, vivia mal e não tinha dinheiro para pagar às pessoas para ir ceifar, pediu-nos ajuda e nós fomos fazer essa esmola. Íamos a caminho dessa «courelinha», quando avistámos um grupo de pessoas, do Penedo Gordo, ceifando, na herdade onde a gente andávamos, antes da greve. Diz a gente assim: ‘Ah!, mas então assim não pode ser; então a gente estamos em greve e aquelas pessoas estão ali ceifando! Temos que ir falar com elas’. Viemos para casa, deixamos as foices e fomos falar com elas. Estávamos ali ao poço, à entrada da aldeia, quando chegam guardas, muitos guardas, e perguntaram o que é que a gente queria. A gente dissemos que queríamos falar com as pessoas, porque a gente ganha pouco dinheiro... Um dos guardas disse-nos para avançarmos alguns раssos e pediu-nos para não armarmos barulho. Mas, a gente sabíamos que havia mais guardas mais à frente, no outro lado. Fomos. Nesse tempo era moça novinha, tinha 18 anos, e não sabia o que eram metralhadoras, não sabia nada dessas coisas de armas... Avançámos, conforme a gente subiu a valeta, ouvimos o barulho de uns tiros. A gente não sabíamos que eram tiros. Portanto, a própria guarda mandou a gente avançar e depois disparou. Mas não foi esse que nos deu ordem para avançar; esses ficaram cá à beira da estrada; o que disparou foi um que estava escondido atrás das favas. Estava escondido - a gente é que não sabíamos»


    - E esse grupo de trabalhadores era constituído por quantas pessoas?


    - Eram oito ou nove mulheres e três homens. Esse grupo de trabalhadores depois foi preso. Estivemos 18 dias na cadeia de Beja e depois respondemos.


    - Como é que foi essa parte dos tiros?


    - Depois, então, a gente subimos aquilo e diz a Catarina assim: «Esses tiros são do feitor, para meter medo à gente». Avançámos um pouquinho, até ao sítio onde agora está a foice [monumento erguido no local depois de 25 de Abril de 1974], quando agente vê sair aquele homem por detrás dos molhos das favas. E perguntou:


    «O que é que vocês querem, burras?» Entretanto, ele chegou ao pé da Catarina, que estava assim à frente da gente, e deu-lhe um estalo na cara. Ela deixou cair um lenço, apanhou-o e disse: «Queremos pão e trabalho para os nossos filhos» E ele repetiu:


    «Queres pão e trabalho para os teus filhos...” Levantou os pés da criança, que estava ao colo da mãe, encostou a arma à Catarina e deu-lhe dois tiros. Ela caiu, ele pegou no menino, que tinha a cara cheia de sangue, e disse a outra mulher «Pega no moço, deixa esta burra». Já com ela morta ainda lhe chamou burra. Depois, ia atirar à gente. A gente caímos de joelhos e gritámos: «Paz, paz, paz». Entretanto, chegou o dono do monte e disse: «Ó senhor tenente, então já matou uma mulher, o que é que está a fazer?» Ele então parou. Mas, depois, penámos muito, esse tempo todo: foi a prisão, as perseguições, foi a fome... Tanta fome que a gente раssou. Penámos muito.


    Algumas pessoas mais novas, nascidas depois do 25 de Abril, nem querem acreditar.


    *in «Diário do Alentejo», de 26.05.2000
  • imotep8 Membre pionnier
    imotep8
    • 20 décembre 2013 à 01:09
    Parce que c'est toi, et aussi que je m'y connais insuffisamment en politique et économie (dc difficile d'argumenter sur des choix économiques)

    voici les paroles de la chanson de craonne que chantaient des poilus fatigués et rebelles que l'on passa par les armes sous prétexte de désertion(rébellions) et dont on interdit la chanson.

    "Quand au bout d'huit jours le r'pos terminé
    On va reprendre les tranchées,
    Notre place est si utile
    Que sans nous on prend la pile
    Mais c'est bien fini, on en a assez
    Personne ne veut plus marcher
    Et le cœur bien gros, comm' dans un sanglot
    On dit adieu aux civ'lots
    Même sans tambours, même sans trompettes
    On s'en va là-haut en baissant la tête

    - Refrain :
    Adieu la vie, adieu l'amour,
    Adieu toutes les femmes
    C'est bien fini, c'est pour toujours
    De cette guerre infâme
    C'est à Craonne sur le plateau
    Qu'on doit laisser sa peau
    Car nous sommes tous condamnés
    Nous sommes les sacrifiés

    Huit jours de tranchée, huit jours de souffrance
    Pourtant on a l'espérance
    Que ce soir viendra la r'lève
    Que nous attendons sans trêve
    Soudain dans la nuit et dans le silence
    On voit quelqu'un qui s'avance
    C'est un officier de chasseurs à pied
    Qui vient pour nous remplacer
    Doucement dans l'ombre sous la pluie qui tombe
    Les petits chasseurs vont chercher leurs tombes

    - Refrain

    C'est malheureux d'voir sur les grands boulevards
    Tous ces gros qui font la foire
    Si pour eux la vie est rose
    Pour nous c'est pas la même chose
    Au lieu d'se cacher tous ces embusqués
    F'raient mieux d'monter aux tranchées
    Pour défendre leur bien, car nous n'avons rien
    Nous autres les pauv' puгоtins
    Tous les camarades sont enterrés là
    Pour défendr' les biens de ces messieurs là

    - Refrain :
    Ceux qu'ont l'pognon, ceux-là r'viendront
    Car c'est pour eux qu'on crève
    Mais c'est fini, car les tгоuffіопs
    Vont tous se mettre en grève
    Ce s'ra votre tour, messieurs les gros
    De monter sur le plateau
    Car si vous voulez faire la guerre
    Payez-la de votre peau"
  • sergeclimax69007 Membre suprême
    sergeclimax69007
    • 20 décembre 2013 à 20:51
    Merci Imotep, je trouve cette chanson touchante, et même poétique par endroits, ainsi ces deux vers : "Doucement dans l'ombre sous la pluie qui tombe
    Les petits chasseurs vont chercher leurs tombes.", je ne la connaissais pas.


    Je sais par contre que l’État a la dent dure et une constance implacable, quelle que soit la couleur politiques des gouvernants, car un président qui se réclame du "socialisme" (appellation mensongère de sa part) en est encore à parler de "réintégrer dans la mémoire commune les fusillés pour l'exemple".


    La République ne reconnaît ni les assassinats de mаssе qu'auront provoqués les buts de guerre impérialistes poursuivis durant la guerre de 1914-1918, ni la décimation de régiments, de ces pauvres bougres, fusillés pour faire peur aux autres, et qu'ils continuent à se faire trucider.



    La Fédération Nationale de la Libre-Pensée française demande, encore et toujours, la pleine réhabilitation posthume des assassinés pour l'exemple ; et l'on comprend que, d'un point de vue juridique, cela pose des problèmes à la "Justice" !!!



    Voici le lien vers l'appel de la Libre-Pensée, de l'Union Pacifiste de France, de l'ARAC, de la Fédération des Monuments Pacifistes pour "la réhabilitation collective des Fusillés pour l'exemple".




    http://www.fnlp.fr/spip.php?article892



    La chanson de Craonne




    Oui, soit les capitalistes font se massacrer les simples gens en excitant au bellicisme chauvin, soit ils ont recours à des régimes fascistes, soit - comme aujourd'hui - ils conçoivent des structures antidémocratiques comme l'Union Européenne dont la seule règle est la libre circulation des capitaux dans un cadre de "concurrence libre et non faussée", avec une dépréciation vertigineuse du travail (la propagande d’État et patronale parlant toujours, avec des trémolos dans la voix, des "charges patronales" censées plomber l'industrie).
  • peter_pan Membre émérite
    peter_pan
    • 20 décembre 2013 à 23:05
  • sergeclimax69007 Membre suprême
    sergeclimax69007
    • 20 décembre 2013 à 23:54
    Merci, pinocchio, des heures après je me suis demandé : "Mais, non d'un сhіеп, est-ce que cette vidéo fonctionne", eh bien non, comme bien souvent ces derniers temps ; merci d'avoir réussi à poster cet très belle chanson de Craonne et d'en avoir pris la peine.
  • peter_pan Membre émérite
    peter_pan
    • 20 décembre 2013 à 23:58
    Merci, pinocchio, des heures après je me suis demandé : "Mais, non d'un сhіеп, est-ce que cette vidéo fonctionne", eh bien non, comme bien souvent ces derniers temps ; merci d'avoir réussi à poster cet très belle chanson de Craonne et d'en avoir pris la peine.

    bonsoir climax je ne savais pas laquelle choisir chose que je fais maintenant je clique sur partager et copie/coller là sa marche bien de rien c'est avec рlаіsіг
  • sergeclimax69007 Membre suprême
    sergeclimax69007
    • 8 janvier 2014 à 18:58
    Le Cantar Alentejano de José Afonso, que je peux enfin poster.





    Je rappelle qu'il existe une "Association José Afonso" destinée à répandre le beau répertoire de José Afonso, dans le respect des valeurs éthiques et politiques issues de la Révolution du 25 Avril 1974 au Portugal.


    Vous pouvez adhérer à cette association, quand bien même vous ne seriez pas portugais. José Afonso était un internationaliste !!!


    Voici le lien асtіf.


    http://www.aja.pt/

Pas encore inscrit(e) ? Créez votre profil en quelques clics seulement et profitez !